Quando o assunto é saúde, a prevenção é inquestionavelmente
a melhor amiga de todos nós. E quando
o tema em saúde são as doenças infectocontagiosas, a
vacinação é sem dúvida o melhor caminho para a proteção
individual e coletividade. Não é à toa que toda
criança, para ser matriculada em uma escola, deve
estar com a vacinação em dia. Nesse contexto, os
esforços por um ambiente saudável nas instituições de
ensino não podem ficar restritos aos pequenos. Portanto,
a atualização da caderneta de vacinação deve
ser o foco da atenção de pessoas de todas as idades.
Vacinando crianças para proteger adulto
O objetivo primário dos programas de vacinação
infantil é reduzir o adoecimento e a mortalidade, mas
esse cuidado tem outras consequências positivas. Em
geral, as crianças se infectam mais e também transmitem
vírus e bactérias por mais tempo, e são fonte de
doenças infecciosas para o adulto. Ao vacinar os
pequenos contra a gripe (influenza), por exemplo,
pode-se reduzir a infecção em toda a população, o que
significa minimizar os riscos de familiares, professores e
outros membros da comunidade escolar se infectarem.
Um estudo feito em Israel nos dá outro exemplo
dessa proteção cruzada. O governo local adotou, em
1999, a vacinação de crianças de 18 a 24 meses com
duas doses da hepatite A. Os pesquisadores verificaram
que o cuidado possibilitou reduzir a incidência da doença
também nas faixas etárias não vacinadas, com um índice
de 91% em indivíduos de 15 a 64 anos e de até 77%
naqueles com mais de 65.
Vacinando o adolescente e o adulto jovem
para proteger a criança
O caminho inverso ou seja, vacinar o adulto para
proteger a criança também se configura como estratégia.
Esse grupo é o principal transmissor da bactéria que
causa coqueluche em bebês, principalmente nos menores
de um ano. Boa parte é portadora sã do agente infeccioso
e não manifesta sintomas, mas, mesmo assim, o
transmitem. Situação semelhante ocorre em relação à
doença meningocócica, que inclui a meningite e meningococcemia,
por exemplo.
Vacinação de adultos e idosos
A proteção de adultos e idosos de forma indireta
através da vacinação de crianças é fato. No entanto,
hoje, as atenções se voltam para a necessidade de estratégias
de imunização desse grupo mais velho. Nos EUA,
por exemplo, dos 41.880 casos de coqueluche registrados
em 2012, cerca de 9 mil foram em adultos. Eles também
apresentaram cerca de um milhão de casos de herpes
zóster, doença que acomete apenas os que foram
infectados pelo vírus da catapora.
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) elabora
os calendários de vacinação da criança, do adolescente,
do adulto, do idoso e também o calendário de vacinação
ocupacional, que inclui recomendações específicas
aos profissionais da Educação. Eles estão disponíveis em
www.sbim.org.br/vacinacao. Informe-se e cuide-se bem!